expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

Total de visualizações de página

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A VIDA É UMA BRISA - O LUTO PELOS ANIMAIS


Quando permitimos que as animais cruzem nossos caminhos e cheguem para iluminar a janela da nossa alma com o seu amor e transparência divina podemos dizer que experimentamos um estágio mais elevado de amor, aquilo que chamamos de amor incondicional.

Daqui nada levaremos a não ser aqueles que contribuíram para nossa jornada e nos fizeram crescer como seres humanos que somos. A vida é uma passagem, cada dia, a cada passo que damos,estamos passando por ela mas não sabemos em qual momento iremos partir. E é precisamente nessa hora que, nós humanos, temos dificuldade em aceitar que nada é eterno e entender que temos de viver como eles: no Agora, dando tudo o que temos e somos para que na hora da partida não fiquemos com a sensação que poderíamos ter dado ou feito mais.

Os animais ensinam conceitos como amizade, lealdade, moral e ética, nos ensinam a termos responsabilidade, bondade, cuidado e preocupação com outro ser vivo. Por isso muitas pessoas sentem com mais intensidade a morte do seu companheiro de quatro patas do que de um membro da sua família. Na verdade desde o início não entendemos porque eles vivem tão poucos anos comparado com os que vivem os humanos... eu penso que seja porque eles já vêm ensinados a amar e por isso não têm tanto a aprender neste mundo a não ser por vezes o lado cruel que muitos humanos insistem em transmitir e perpetuar.

Quanto mais forte a ligação afetiva entre os tutores e o animal, mais intenso será o luto. O fato é que existem regras sociais estabelecidas para o luto no caso da morte de um animal de estimação, então a maioria das pessoas esconde seus sentimentos. Muitos temem a rejeição social e receiam ser considerados insanos ou frágeis. A nossa cultura atribui um valor menor à vida animal e naturalmente banaliza o luto por ela.
Muitas vezes pensando comigo mesma, não consigo entender porque insistem tanto na evolução do ser humano. No Egito Antigo, os cães e gatos eram honrados e adorados como deuses. Quando um destes companheiros falecia, os proprietários manifestavam o luto raspando as sobrancelhas e lamentando em voz alta por vários dias... os tempos passaram e resolvemos torná-los como animais de companhia, de guarda e muitas vezes esquecidos num canto do quintal. Onde está a evolução?

Felizmente existem exceções e muitas pessoas experimentam uma profunda afinidade com o companheiro de estimação e que isso transcende a dimensão espiritual da experiência humana. Poderíamos ainda dizer que esta relação se dá pelo amor fraterno, despertado pela compaixão pelo mais fraco e indefeso, porque é isso que eles são nos dias de hoje.

As mortes por acidentes, por desastres naturais, ou mesmo por doenças que são bastante debilitantes ou fulminantes e os tutores não têm poder econômico para tratar, são bastante traumáticas. O sentimento preponderante nestes casos é a culpa, já que muitos tutores acreditam que poderiam ter evitado a sua morte. Depressão, pensamentos recorrentes do sucedido, estresse agudo e estresse pós-traumático já foram relatados nestes casos.

Sentimento de culpa também costuma ocorrer em casos em que a morte se deu por eutanásia. Normalmente o arrependimento e a culpa acometem mais o tutor que autorizou o procedimento. Dúvidas frequentes costumam ser: "eu fiz a coisa certa?", "eu tomei a decisão muito cedo?", "esperei demais para tomar a decisão?", "ele sofreu?".

Alguns relatos também apontam a figura do médico-veterinário como um provedor de conforto nos dias que seguem a morte. Este seria um fator importante na diminuição da intensidade do luto. No entanto, nos casos de eutanásia, o tutor frequentemente desenvolve sentimentos contraditórios em relação à figura do médico-veterinário.

O luto pela morte de um companheiro, de forma geral, dura menos do que o luto pela perda de um parente próximo. A ausência de protocolos e rituais sociais para esse tipo de luto é um fator que pesa para seu encurtamento. Nesses casos, o tutor tem que lidar com a contradição entre seus sentimentos e os sentimentos da sociedade. A falta de suporte social acaba fazendo com que o indivíduo ceda às pressões externas de continuar a vida sem deixar que seus sentimentos interfiram em suas atividades diárias. A evolução normal do luto é a diminuição gradual de intensidade até que reste a lembrança do ente querido, desprovida da tristeza e da dor inicial. Quando isso não ocorre, ou em casos em que o luto se torna muito intenso e insuportável, ele passa a ser considerado patológico.

A melhor forma de lidar com o sentimento é aceitá-lo. A saudade, a dor e a tristeza fazem parte do processo do luto necessário para reorganizar a vida. Embora a lembrança nunca se vá, a tristeza a ela associada vai perdendo intensidade... e isso acontece com tudo nessa vida.

Enquanto isso não ocorre, algumas atitudes que marquem o encerramento de mais um ciclo podem minimizar a dor e trazer algum apoio ao nosso coração:

- uma cerimônia de sepultamento num local onde você fique em paz com o seu coração

- falar sobre a morte com alguém que sabidamente se importa e saiba escutar

- plantar uma flor ou árvore em memória do companheiro

No final, quando estiver pronto pense então em adotar um outro companheiro.
Não o faça muito cedo, antes de ter completado o seu ciclo de luto... acredite, não será bom nem para você nem para o novo companheiro.

Tudo neste mundo é movido a energia e nós não somos diferentes. Se o fizer antes do tempo certo o seu novo companheiro irá notar uma energia triste, fraca e que você não está ali inteiro para ele.
Dar tempo ao tempo é a solução.
E acredite: depois do Inverno sempre vem a Primavera e, nessa altura, você e o seu novo companheiro poderão desfrutar duma nova etapa em plenitude.

Não esqueça de se inscrever no Blog e partilhar as vossas histórias sobre cada publicação que fazemos.
Dessa forma trocaremos experiências, soluções e poderemos ajudar muitas mais pessoas que estejam passando pelo mesmo.


Obrigado pela Visita.
Juntos na Luta!

Equipe #DescomplicaKão